quarta-feira, 1 de junho de 2011

INTELIGÊNCIA E INSTINTO


71 A inteligência é um atributo do princípio vital?
– Não, uma vez que as plantas vivem e não pensam: apenas têm a
vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, uma vez que
um corpo pode viver sem inteligência. Porém, a inteligência só pode manifestar-
se por meio dos órgãos materiais. É preciso a união com o Espírito
para prover de inteligência a matéria animalizada.
* A inteligência é um dom especial, próprio de algumas classes de
seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de agir, a
consciência de sua existência e de sua individualidade, assim como os
meios de estabelecer relações com o mundo exterior e de proverem as
suas necessidades.
Podem distinguir-se assim:
1º) os seres inanimados, formados apenas de matéria, sem vitalidade
nem inteligência: são os corpos brutos;
2º) os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados
de vitalidade, mas desprovidos de inteligência;
3º ) os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de
vitalidade e tendo a mais um princípio inteligente que lhes dá a faculdade
de pensar.
72 Qual é a fonte da inteligência?
– Já o dissemos: a inteligência universal.
72 a Podemos, então, dizer que cada ser tira uma porção de inteligência
da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio
da vida material?
– Isso é apenas uma comparação, mas não é exata. A inteligência é um dom
próprio de cada ser e constitui sua individualidade moral. Por fim, há coisas que
não são dadas ao homem penetrar, e essa por enquanto é uma delas.
73 O instinto é independente da inteligência?
– Não, precisamente, mas ele é uma espécie de inteligência. O instinto
é uma inteligência não-racional. É por meio dele que todos os seres
provêm as suas necessidades.
74 Pode-se assinalar um limite entre o instinto e a inteligência, ou
seja, perceber onde um acaba e a outra começa?
– Não, porque freqüentemente se confundem. Mas pode-se muito
bem distinguir os atos do instinto dos da inteligência.
75 É exato dizer que os dons instintivos diminuem à medida que
aumentam os intelectuais?
– Não; o instinto sempre existe, mas o homem o despreza. O instinto
também pode conduzir ao bem. Ele nos guia, quase sempre, mais seguramente
do que a razão. Nunca se engana.
75 a Por que a razão não é sempre um guia infalível?
– Ela seria infalível se não fosse falseada pela má educação, pelo
orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha
e dá ao homem o livre-arbítrio.
* O instinto é uma inteligência rudimentar em que as manifestações
são quase sempre espontâneas, e difere da inteligência propriamente
dita, cujas manifestações expressam uma avaliação de um ato deliberado
que sofreu exame interior.
O instinto varia em suas manifestações quanto às espécies e às
suas necessidades. Entre os seres que têm a consciência e a percepção
das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, quer dizer, à vontade
e à liberdade.

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