terça-feira, 31 de maio de 2011
A VIDA E A MORTE
68 Qual é a causa da morte entre os seres orgânicos?
– O esgotamento dos órgãos.
68 a Podemos comparar a morte com o cessar do movimento
numa máquina desarranjada?
– Sim; se a máquina está mal montada, o movimento cessa; se o
corpo está doente, a vida se extingue.
69 Por que uma lesão do coração causa a morte mais do que em
qualquer outro órgão?
– O coração é a máquina da vida, mas não é o único órgão cuja lesão
ocasiona a morte. É somente uma das peças essenciais.
70 O que acontece com a matéria e o princípio vital dos seres
orgânicos quando eles morrem?
– A matéria sem atividade se decompõe e vai formar novos organismos.
O princípio vital retorna à sua origem, à sua fonte.
* Quando o ser orgânico morre, os elementos que o constituíam passam
a fazer parte de novas combinações e participam na formação de
novos seres, que por sua vez passam a tirar da fonte universal o princípio
da vida e da atividade, o absorvem e assimilam para novamente
devolvê-lo a essa fonte quando deixarem de existir.
Os órgãos estão, por assim dizer, impregnados de fluido vital que dá a
todas as partes do organismo uma atividade geradora da união entre elas,
e, no caso de lesões, restabelece as funções que estavam momentaneamente
danificadas. Mas quando os elementos essenciais ao funcionamento
dos órgãos são destruídos, ou muito profundamente desarranjados, o fluido
vital é incapaz de transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
Mais ou menos por uma ação inevitável e forçosa os órgãos reagem
uns sobre os outros. É da harmonia de seu conjunto que resulta sua ação
mútua. Quando, por qualquer causa, essa harmonia é destruída, suas funções
param como o movimento de uma máquina cujas peças principais se
desarranjaram. Como um relógio que se desgasta com o tempo ou quebra
por acidente, e ao qual a força motriz é incapaz de pôr em movimento.
Temos uma imagem mais exata da vida e da morte num aparelho elétrico.
Esse aparelho, como todos os corpos da natureza, possui eletricidade
em estado latente. Os fenômenos elétricos somente se manifestam
quando o fluido é colocado em atividade por uma causa especial. Então,
poderíamos dizer que o aparelho está vivo. Parando a causa da atividade, o
fenômeno cessa: o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos
seriam, assim, uma espécie de pilhas ou aparelhos elétricos nos quais
a atividade do fluido produz o fenômeno da vida. A paralisação dessa atividade
produz a morte.
A quantidade de fluido vital não é precisamente a mesma para todos
os seres orgânicos. Ela varia de acordo com as espécies e não é constante,
seja no mesmo indivíduo ou em indivíduos da mesma espécie. Há os que
são, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto outros possuem apenas
uma quantidade suficiente; daí, para alguns a vida mais ativa, mais
tenaz e, de certo modo, superabundante.
A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para
a manutenção da vida se não for renovada pela absorção e assimilação das
substâncias que o contêm.
O fluido vital se transmite de um indivíduo para outro. Aquele que tem
mais pode dar para quem tem menos e, em alguns casos, restabelecer a
vida prestes a se extinguir.
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