quinta-feira, 21 de julho de 2011

UNIÃO DA ALMA E DO CORPO. ABORTO



344 Em que momento a alma se une ao corpo?
– A união começa na concepção, mas só se completa no instante do
nascimento. No momento da concepção, o Espírito designado para habitar
determinado corpo se liga a ele por um laço fluídico e vai aumentando
essa ligação cada vez mais, até o instante do nascimento da criança. O
grito que sai da criança anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores
de Deus.
345 A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o momento
da concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia
renunciar ao corpo designado?
– A união é definitiva no sentido de que nenhum outro Espírito poderá
substituir o que está designado para aquele corpo. Mas, como os laços
que o unem são muito frágeis, fáceis de se romper, podem ser rompidos
pela vontade do Espírito, se este recuar diante da prova que escolheu;
nesse caso, a criança não vive.
346 O que acontece ao Espírito, se o corpo que escolheu morre
antes de nascer?
– Ele escolhe um outro.
346 a Qual é a razão dessas mortes prematuras?
– As imperfeições da matéria são a causa mais freqüente dessas
mortes.
347 Que utilidade pode ter para um Espírito sua encarnação num
corpo que morre poucos dias após seu nascimento?
– O ser não tem a consciência inteiramente desenvolvida de sua existência
e a importância da morte é para ele quase nula. É muitas vezes,
como já dissemos, uma prova para os pais.
348 O Espírito sabe, com antecedência, que o corpo que escolheu
não tem probabilidades de vida?
– Algumas vezes, sabe; mas se o escolher por esse motivo, é porque
recua diante da prova.
349 Quando uma encarnação falha para o Espírito, por uma causa
qualquer, é suprida imediatamente por outra existência?
– Nem sempre imediatamente. É preciso ao Espírito o tempo de escolher
de novo, a menos que uma reencarnação imediata seja uma
determinação anterior.
350 O Espírito, uma vez unido ao corpo de uma criança e quando
já não pode voltar atrás, lamenta, algumas vezes, a escolha que fez?
– Quereis dizer se, como homem, lastima a vida que tem? Se gostaria
de outra? Sim. Lamenta-se da escolha que fez? Não; ele não sabe que a
escolheu. O Espírito, uma vez encarnado, não pode lamentar uma escolha
de que não tem consciência, mas pode achar a carga muito pesada e
considerá-la acima de suas forças. São esses os casos dos que recorrem
ao suicídio.
351 No intervalo da concepção ao nascimento, o Espírito desfruta
de todas as suas faculdades?
– Mais ou menos, de acordo com a época, visto que ainda não está
encarnado, e sim vinculado. Desde o instante da concepção, o Espírito
começa a ser tomado de perturbação, anunciando-lhe que é chegado o
momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo
até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um
Espírito encarnado durante o sono do corpo. À medida que a hora do
nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança
do passado, do qual não terá mais consciência, como pessoa, logo
que entrar na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória
ao retornar ao seu estado de Espírito.
352 No momento do nascimento, o Espírito recupera imediatamente
a plenitude de suas faculdades?
– Não, elas se desenvolvem gradualmente com os órgãos. É para ele
uma nova existência; é preciso que aprenda a se servir de seus instrumentos.
As idéias lhe voltam pouco a pouco, como a uma pessoa que sai do
sono e se encontra numa posição diferente daquela que tinha na véspera.
353 Como a união do Espírito e do corpo só está completa e
definitivamente consumada após o nascimento, pode-se considerar o
feto como tendo uma alma?
– O Espírito que deve animá-lo existe, de alguma forma, fora dele; não
possui, propriamente falando, uma alma, já que a encarnação está apenas
em via de se operar. Mas o feto está ligado à alma que deve possuir.
354 Como explicar a vida intra-uterina?
– É a da planta que vegeta. A criança vive, então, a vida animal. O
homem tem em si a vida animal e a vida vegetal, que se completam no
nascimento com a vida espiritual.
355 Há, como indica a ciência, crianças que, desde o ventre
materno, não têm possibilidades de viver? Qual o objetivo disso?
– Isso acontece freqüentemente; a Providência o permite como prova
para seus pais ou para o Espírito que está para reencarnar.
356 Existem crianças que, nascendo mortas, não foram destinadas
à encarnação de um Espírito?
– Sim, há as que nunca tiveram um Espírito destinado para o corpo;
nada devia realizar-se por elas. É, então, somente pelos pais que essa
criança veio.
356 a Um ser dessa natureza pode chegar a nascer?
– Sim, algumas vezes; porém, não vinga, não vive.
356 b Toda criança que sobrevive ao nascimento tem, necessariamente,
um Espírito encarnado nela?
– O que seria sem o Espírito? Não seria um ser humano.
357 Quais são, para o Espírito, as conseqüências do aborto?
– É uma existência nula que terá de recomeçar.
358 O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época
da concepção?
– Há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou
qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma
criança antes do seu nascimento, porque é impedir a alma de suportar as
provas das quais o corpo devia ser o instrumento.
359 No caso em que a vida da mãe esteja em perigo pelo nascimento
do filho, existe crime ao sacrificar a criança para salvar a mãe?
– É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe.
360 É racional ter pelo feto a mesma atenção que se tem pelo
corpo de uma criança que tenha vivido?
– Em tudo isso deveis ver a vontade de Deus e Sua obra. Não trateis,
portanto, levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar
as obras da Criação, que são incompletas algumas vezes pela vontade
do Criador? Isso pertence a seus desígnios, que ninguém é chamado a
julgar.

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