sexta-feira, 22 de julho de 2011

FACULDADES MORAIS E INTELECTUAIS DO HOMEM

361 De onde vêm, para o homem, suas qualidades morais, boas
ou más?
– São do Espírito encarnado nele; quanto mais o Espírito for puro,
mais o homem é levado ao bem.
361 a Parece resultar daí que o homem de bem é a encarnação
de um Espírito bom e o homem vicioso a de um mau?
– Sim. Mas devemos dizer que é um Espírito imperfeito, senão poderia
se acreditar na existência de Espíritos sempre maus, a quem chamais
de demônios.
362 Qual é o caráter dos indivíduos nos quais encarnam os Espíritos
travessos e levianos?
– São criaturas imprudentes, maliciosas e, algumas vezes, seres maldosos.
363 Os Espíritos possuem paixões que não pertencem à humanidade?
– Não; se as tivessem as teriam comunicado aos homens.
364 É o mesmo Espírito que dá ao homem as qualidades morais
e da inteligência?
– Certamente é o mesmo, e isso em razão do grau que alcançou na
escala evolutiva. O homem não tem em si dois Espíritos.
365 Por que alguns homens muito inteligentes, que evidenciam
estar neles encarnados Espíritos Superiores, são, ao mesmo tempo,
cheios de vícios?
– É que os Espíritos encarnados neles não são puros o suficiente, e o
homem cede à influência de outros Espíritos ainda piores. O Espírito progride
numa marcha ascendente insensível, mas o progresso não se cumpre
simultaneamente em todos os sentidos. Durante um período das suas
muitas existências, pode avançar em ciência; num outro, em moralidade.
366 O que pensar da opinião de que as diferentes faculdades
intelectuais e morais do homem seriam o produto de diferentes Espíritos
encarnados nele e tendo cada um uma aptidão especial?
– Ao refletir sobre essa opinião, reconhece-se que é absurda. O Espírito
deve ter todas as aptidões; para poder progredir, lhe é necessária uma
vontade única. Se o homem fosse uma mistura de Espíritos, essa vontade
não existiria e não teria individualidade, uma vez que, em sua morte, todos
esses Espíritos seriam como um bando de pássaros escapados duma
gaiola. O homem lamenta-se, freqüentemente, de não compreender certas
coisas, e é curioso ver como multiplica as dificuldades, quando tem ao
seu alcance uma explicação muito simples e natural. Ainda aqui, toma o
efeito pela causa; é fazer em relação ao homem o que os pagãos faziam
em relação a Deus. Eles acreditavam em tantos deuses quantos são os
fenômenos no universo, mas mesmo entre eles havia pessoas sensatas
que já viam nesses fenômenos apenas efeitos, que tinham uma única
causa – Deus.
* O mundo físico e o mundo moral nos oferecem, a esse respeito,
numerosos pontos de comparação. Acreditou-se na existência múltipla
da matéria enquanto se esteve apegado à aparência dos fenômenos.
Hoje, compreende-se que esses fenômenos tão variados podem muito
bem não passar de modificações de uma matéria elementar única. Os
diversos dons são manifestações de uma mesma causa que é a alma,
ou Espírito encarnado, e não de diversas almas, assim como os diferentes
sons do órgão são o produto do mesmo ar e não de tantas outras
espécies de ar quantos sejam os sons. Desse sistema resultaria que,
quando um homem perde ou adquire certas aptidões, certas tendências,
isso seria pela ação de outros tantos Espíritos que vieram a encarnar
nele ou que se foram, o que o tornaria um ser múltiplo, sem individualidade
e, conseqüentemente, sem responsabilidade. Também contradizem
essa idéia os exemplos tão numerosos de manifestações pelas
quais os Espíritos provam sua personalidade e identidade.

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