quarta-feira, 6 de julho de 2011

MUNDOS TRANSITÓRIOS


234 Existem, como já foi dito, mundos que servem aos Espíritos
errantes como estâncias transitórias ou locais de repouso?
– Sim, existem. São particularmente destinados aos seres errantes,
que podem neles habitar temporariamente. São como acampamentos,
campos para repousar de uma erraticidade bastante longa, condição sempre
um tanto angustiante. São posições intermediárias entre os outros
mundos, graduados de acordo com a natureza dos Espíritos que podem
alcançá-los e onde podem desfrutar de um bem-estar relativamente maior
ou menor, conforme o caso.
234 a Os Espíritos que habitam esses mundos podem deixá-los
quando querem?
– Sim, os Espíritos podem deixá-los para irem aonde devem ir. Imaginai-
os como pássaros de passagem pousando numa ilha, esperando refazer
suas forças para alcançar seu objetivo.
235 Os Espíritos progridem durante sua estada nos mundos transitórios?
– Certamente. Os que neles se reúnem é com o objetivo de se instruir
e poder mais facilmente obter a permissão de alcançar lugares melhores e
chegar à posição que os eleitos atingem.
236 Os mundos transitórios, por sua natureza especial, são perpetuamente
destinados aos Espíritos errantes?
– Não; a posição deles é apenas temporária.
236 a Esses mundos são, ao mesmo tempo, habitados por seres
corporais?
– Não; a superfície é estéril. Aqueles que os habitam não têm necessidade
de nada.
236 b Essa esterilidade é permanente e resulta de sua natureza
especial?
– Não, são estéreis transitoriamente.
236 c Esses mundos são, por isso, desprovidos de belezas naturais?
– A natureza se reflete nas belezas da imensidade, que são tão admiráveis
quanto o que chamais de belezas naturais.
236 d Visto que o estado desses mundos é transitório, a Terra
estará um dia nesse mesmo estado?
– Ela já esteve.
236 e Em que época?
– Durante sua formação.
* Nada é inútil na natureza; tudo tem seu objetivo, sua finalidade. Nada
está vazio, tudo está habitado, a vida está por todos os lugares. Desse
modo, durante a longa série de séculos que se escoaram antes da aparição
do homem sobre a Terra, durante esses lentos períodos de transição
atestados pelas camadas geológicas, antes mesmo da formação
dos primeiros seres orgânicos sobre essa massa informe, nesse caos
árido onde os elementos estavam desordenados, não havia ausência de
vida. Seres que não possuíam nem necessidades nem sensações físicas
como as nossas, nela encontravam refúgio. Deus quis que, até mesmo
nesse estado imperfeito, a Terra servisse para alguma coisa. Quem ousaria
dizer que entre esses milhares de mundos que circulam na imensidão
universal apenas um, um dos menores, perdido na vastidão, tivesse o
privilégio exclusivo de ser povoado? Qual seria a utilidade dos outros?
Deus os teria feito apenas para recreação dos nossos olhos? Suposição
absurda, incompatível com a sabedoria que emana de todas as Suas
obras e inadmissível quando se pensa na existência de todas as que
não podemos perceber. Ninguém contestará que nessa idéia da existência
de mundos ainda impróprios à vida material e, entretanto, povoados
de seres com vida apropriada ao seu meio, há algo de grandioso e sublime,
em que se encontra, talvez, a solução de mais de um problema.

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