quarta-feira, 20 de julho de 2011

RETORNO À VIDA CORPORAL


PRELÚDIO DO RETORNO
330 Os Espíritos conhecem a época em que reencarnarão?

– Eles a pressentem, assim como um cego sente o fogo quando dele
se aproxima. Sabem que devem retornar a um corpo como sabeis que um
dia deveis morrer, mas não sabem quando isso vai acontecer. (Veja, nesta
obra, a questão 166.)
330 a A reencarnação é, então, uma necessidade da vida espírita,
assim como a morte é uma necessidade da vida corporal?
– Certamente. É exatamente assim.
331 Todos os Espíritos se preocupam com sua reencarnação?
– Há muitos que nem mesmo pensam nisso, nem a compreendem;
isso depende de sua natureza mais ou menos avançada. Para alguns, a
incerteza quanto ao futuro é uma punição.
332 O Espírito pode antecipar ou retardar o momento de sua
reencarnação?
– Pode antecipá-lo, solicitando-o em suas preces. Pode também retardá-
lo, recuar diante da prova, porque entre os Espíritos há também os
covardes e os indiferentes, mas não o fazem impunemente. Ele sofre, como
quem recua diante do remédio salutar que pode curá-lo.
333 Se um Espírito se encontrasse bastante feliz por estar numa
condição mediana na espiritualidade e se não tivesse ambição de
progredir, poderia prolongar esse estado indefinidamente?
– Não. Não indefinidamente. Progredir é uma necessidade que o Espírito
sente, cedo ou tarde. Todos devem elevar-se, esse é o propósito da
destinação dos Espíritos.
334 A união da alma com este ou aquele corpo é predestinada,
ou a escolha se faz apenas no último momento?
– O Espírito é sempre designado antes. Ao escolher a prova por que
deseja passar, pede para encarnar; portanto, Deus, que tudo sabe e tudo
vê, sabe e vê antecipadamente que alma se unirá a qual corpo.

335 O Espírito faz a escolha do corpo em que deve encarnar, ou
apenas do gênero de vida que lhe deve servir de prova?
– Pode escolher o corpo, já que as imperfeições desse corpo são
para ele provas que ajudam no seu adiantamento, se vencer os obstáculos
que aí encontra. Embora possa pedir, a escolha nem sempre depende
dele.
335 a O Espírito poderia, no último momento, recusar o corpo
escolhido por ele?
– Se recusasse, sofreria muito mais do que aquele que não tentou
nenhuma prova.
336 Poderia acontecer que um corpo que tivesse de nascer não
encontrasse Espírito para encarnar nele?
– Deus a isso proveria. Quando a criança deve nascer para viver, está
sempre predestinada a ter uma alma; nada foi criado sem finalidade.
337 A união do Espírito com um determinado corpo pode ser
imposta pela Providência Divina?
– Pode ser imposta, bem como as diferentes provas, especialmente
quando o Espírito ainda não está apto a fazer uma escolha com conhecimento
de causa. Como expiação, o Espírito pode ser obrigado a se unir ao
corpo de uma criança que por seu nascimento e pela posição que terá no
mundo poderão tornar-se para ele uma punição.
338 Se acontecesse de muitos Espíritos se apresentarem para um
mesmo corpo determinado a nascer, o que ficaria decidido entre eles?
– Muitos podem pedir isso. Julga-se num caso desses quem é mais
capaz de desempenhar a missão à qual a criança está destinada; mas,
como já foi dito, o Espírito já está designado antes do instante que deve
unir-se ao corpo.
339 O momento da encarnação é acompanhado de uma perturbação
semelhante à que se experimenta ao desencarnar?
– Muito maior e principalmente mais longa. Na morte o Espírito sai da
escravidão; no nascimento, entra nela.
340 O instante em que o Espírito deve encarnar é para ele solene?
Realiza esse ato como uma coisa séria e importante?
– É como um navegante que embarca para uma travessia perigosa e
não sabe se vai encontrar a morte nas ondas que enfrenta.
* O navegante que embarca sabe a que perigos se expõe, mas não
sabe se naufragará; o mesmo acontece com o Espírito: ele conhece as
provas às quais se submete, mas não sabe se fracassará. Da mesma
forma que para o Espírito a morte do corpo é como um renascimento, a
reencarnação é uma espécie de morte, ou melhor, de exílio, de clausura.
Ele deixa o mundo dos Espíritos pelo mundo corporal, assim como o
homem deixa o mundo corporal pelo mundo dos Espíritos. O Espírito
sabe que vai reencarnar, do mesmo modo que o homem sabe que vai
morrer. Mas, exatamente como o homem só tem consciência da morte
no momento extremo, também o Espírito só tem consciência da reencarnação
no momento determinado; então, nesse momento supremo,
a perturbação se apossa dele e persiste, até que a nova existência esteja
totalmente formada. Os momentos que antecedem à reencarnação
são uma espécie de agonia para o Espírito.
341 A incerteza em que se encontra o Espírito sobre a eventualidade
do sucesso das provas que vai suportar na vida é motivo de
ansiedade antes de sua encarnação?
– Uma ansiedade muito grande, uma vez que as provas dessa existência
retardarão ou adiantarão seu progresso, de acordo com o que tiver
suportado bem ou mal.
342 No momento de sua reencarnação, o Espírito está acompanhado
por outros Espíritos, seus amigos, que vêm assistir à sua partida
do mundo espírita, assim como o recebem quando para lá retorna?
– Isso depende da esfera que o Espírito habita. Se estiver onde reina
a afeição, os Espíritos que o amam o acompanham até o último momento,
encorajam-no, e muitas vezes até o seguem durante a vida.
343 Os Espíritos amigos que nos seguem durante a vida são
alguns dos que vemos em sonho, que nos demonstram afeição e se
apresentam a nós com aparências desconhecidas?
– Muito freqüentemente são os mesmos. Vêm vos visitar, assim como
visitais um prisioneiro.

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