Um fato interessante, dizem, é que somente se fala com Espíritos
de pessoas conhecidas e pergunta-se por que só eles se manifestam.
Essa afirmativa é um erro proveniente, como muitos outros, de uma
observação superficial. Entre os Espíritos que se comunicam espon-
taneamente há para nós muito mais desconhecidos do que ilustres.
Eles se designam por um nome qualquer e, muitas vezes, por um nome
figurado ou característico. Quanto aos que se evocam, a menos que
não seja um parente ou um amigo, é bastante natural evocar os que
são conhecidos. O nome das pessoas ilustres impressiona mais, é
por isso que são mais notados.
Considera-se estranho também que Espíritos de homens ilustres
venham familiarmente ao nosso chamado e se ocupem, por vezes, de
coisas insignificantes em comparação com as que realizaram durante
a sua vida. Não há nada de espantoso para aqueles que sabem que o
poder ou a consideração que esses homens desfrutaram na Terra não
lhes dá nenhuma supremacia no mundo espiritual; os Espíritos confir-
mam nisso as palavras do Evangelho: “Os grandes serão rebaixados
e os pequenos, elevados ”, o que se deve entender como a categoria
que cada um de nós virá a ocupar. Assim aquele que foi o primeiro na
Terra pode ser um dos últimos no mundo espiritual; aquele diante do
qual curvávamos a cabeça numa vida pode vir entre nós agora como
o mais humilde operário, porque, ao deixar a vida, deixou toda a sua
grandeza, e o mais poderoso monarca talvez possa estar abaixo do
último de seus soldados.
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